segunda-feira, 27 de abril de 2009

Psicologia II

Principais características de cada estágio.
Piaget, quando postula sua teoria sobre o desenvolvimento da criança, descreve-a, basicamente, em 4 estados, que ele próprio chama de fases de transição (PIAGET, 1975). Essas 4 fases são :
Sensório-motor (0 – 2 anos);
Pré-operatório (2 – 7,8 anos);
Operatório-concreto (8 – 11 anos);
Operatório-formal (8 – 14 anos);
Sensório-motor
Neste estágio, a partir de reflexos neurológicos básicos, o bebê começa a construir esquemas de ação para assimilar mentalmente o meio. Também é marcado pela construção prática das noções de objeto, espaço, causalidade e tempo. As noções de espaço e tempo são construídas pela ação, configurando assim, uma inteligência essencialmente prática.
É assim que os esquemas vão "pouco a pouco”, diferenciando-se e integrando-se, no mesmo tempo em que o sujeito vai se separando dos objetos podendo, por isso mesmo, interagir com eles de forma mais complexa, diz-se que o contato com o meio é direto e imediato, sem representação ou pensamento.
Exemplos:
O bebê pega o que está em sua mão; "mama" o que é posto em sua boca; "vê" o que está diante de si. Aprimorando esses esquemas, é capaz de ver um objeto, pegá-lo e levá-lo a boca.
Pré-operatório
É nesta fase que surge na criança, a capacidade de substituir um objeto ou acontecimento por uma representação (PIAGET e INHELDER, 1982), e esta substituição é possível, conforme PIAGET, graças à função simbólica. Assim este estágio é também muito conhecido como o estágio da Inteligência Simbólica.
A atividade sensório-motor não está esquecida ou abandonada, mas refinada e mais sofisticada, pois verifica-se que ocorre uma crescente melhoria na sua aprendizagem, permitindo que a mesma explore melhor o ambiente, fazendo uso de mais e mais sofisticados movimentos e percepções intuitivas.
A criança deste estágio:
É egocêntrica, centrada em si mesma, e não consegue se colocar, abstratamente, no lugar do outro.
Não aceita a idéia do acaso e tudo deve ter uma explicação (é fase dos "por quês").
Já pode agir por simulação, "como se".
Possui percepção global sem discriminar detalhes.
Deixa se levar pela aparência sem relacionar fatos.
Exemplos:
Mostram-se para a criança, duas bolinhas de massa iguais e dá-se a uma delas a forma de salsicha. A criança nega que a quantidade de massa continue igual, pois as formas são diferentes. Não relaciona as situações.
Operatório-concreto
Neste estágio a criança desenvolve noções de tempo, espaço, velocidade, ordem, casualidade; sendo então capaz de incluir diferentes aspectos e abstrair dados da realidade. Apesar de não se limitar mais a uma representação imediata, depende do mundo concreto para abstrair.
Um importante conceito desta fase é o desenvolvimento da reversibilidade, ou seja, a capacidade da representação de uma ação no sentido inverso de uma anterior, anulando a transformação observada.
Exemplos:
Despeja-se a água de dois copos em outros, de formatos diferentes, para que a criança diga se as quantidades continuam iguais. A resposta é afirmativa uma vez que a criança já diferencia aspectos e é capaz de "refazer" a ação.
Operatório-formal
É neste momento que as estruturas cognitivas da criança alcançam seu nível mais elevado de desenvolvimento. A representação agora permite à criança uma abstração total, não se limitando mais à representação imediata e nem às relações previamente existentes. Agora a criança é capaz de pensar logicamente, formular hipóteses e buscar soluções, sem depender mais só da observação da realidade.
Em outras palavras, as estruturas cognitivas da criança alcançam seu nível mais elevado de desenvolvimento e tornam-se aptas a aplicar o raciocínio lógico a todas as classes de problemas.
Exemplos:
Se lhe pedem para analisar um provérbio como "de grão em grão, a galinha enche o papo", a criança trabalha com a lógica da idéia (metáfora) e não com a imagem de uma galinha comendo grãos.

domingo, 19 de abril de 2009

Desenvolvimento e aprendizagem sob enfoque da psicologia II

Pedagogia Relacional

O professor construtivista acredita também que o aluno trás consigo uma herança biológica.
No entanto, não pode se exagerar nesta bagagem hereditária nem na importância do meio social.
O professor acredita que o aluno é capaz de aprender sempre, e além de ensinar precisa aprender o que o aluno já sabe. (Piaget)
Para Freire “... o professor além de ensinar, passa a aprender, e o aluno, além de aprender, passa a ensinar. Ai sim pode perceber uma troca mutua de aprendizagens, onde há construção e descobertas, novas respostas.
“Uma proposta pedagógica relacional visa a sugar o mundo do educando para dentro do mundo conceitual do educador.”
Em relação aos modelos pedagógicos e as epistemologias apresentadas, acredito que a educação deve ser baseada na construção do saber do individuo, valorizando seu conhecimento prévio, buscando aperfeiçoar o individuo como um cidadão crítico e capaz de interagir no meio em que vive.


“Ensinar não é transferir conhecimentos, mas criar possibilidades para a sua produção ou a sua construção.” Paulo Freire

Educação de pessoas com necessidades educacionais especiais.

Relato de uma experiência ...

Deficiência X Ensino

Em 2004,estagiei com uma turma, de 2ª série, em uma escola Municipal de Três Cachoeiras.
Na turma havia um aluno com deficiência auditiva, ( foi meu 1° ano na escola), os demais professores da escola já participavam desse assunto, e já haviam tentado solucionar este ‘’caso’’ sendo que a escola não tinha suporte suficiente para educar adequadamente este aluno. Me sentia insuficiente para lecionar em uma turma com um aluno com esta deficiência, e não saber como ajudá-lo.
Os dias foram se passando e aquilo me incomodava muito pois eu tinha consciência de que ele não estava compreendendo, não correspondia nada do que era solicitado, nem na ordem dos exercícios escritos, nem mesmo o que era citado oralmente.
Levei o caso novamente para direção da escola, porém muito pouco tínhamos a fazer, pois a coordenação já havia chamado os pais do aluno, mas os mesmos não aceitavam que o filho deveria freqüentar outra escola para atendimento especial, negando qualquer tipo de deficiência.
Então, depois de várias tentativas e não obter resultados continuei tentando transmitir o conhecimento ao aluno, mas de modo especializado( como posso considerar), conversava pausadamente, me direcionando a ele para que pudesse ver meus lábios, usava de gesticulações e tentava várias formas para que ele me entendesse, muitas vezes o aluno acabava se irritando com a minha insistência e eu percebia que ele estava presente, no entanto não estava na mesma linha de raciocínio dos demais.
Minha contribuição na vida deste aluno foi com a maior das intenções.
Depois de alguns anos, encontrei o mesmo aluno, conversando e escutando através de um aparelho auditivo.
Acredito que a deficiência dele não era tão avançada, pois foi resolvido em pouco tempo, e hoje ele teria até condições de acompanhar uma turma normal.
Conversei com ele numa boa, ele até me ofereceu um livro com a língua de sinais, me dizendo que "era bem bom para conversar com quem não escutava". Fico muito feliz em saber que alguém preparado pode ajudar este aluno que realmente precisava de um ensino especializado, utilizando-se de métodos e materiais especificos prasua aprendizagem.